Abaixo, estão todos os indicados na categoria principal, acompanhados por rápidos comentários dos autores deste blog – claro, comentamos apenas os filmes que tivemos as chances de assistir, portanto não estranhem a ausência de opiniões referentes ao filme “Um Homem Sério”, já que nenhum de nós assistimos, porém nós 3 confiamos no talento habitual dos Irmãos Coen.
AMOR SEM ESCALAS (Crítica do filme aqui.)
ELTON: Atingindo um maior nível de maturidade a julgar pelos seus (ótimos) filmes anteriores, o diretor e roteirista Jason Reitman, ao lado de Sheldon Turner, desenvolve um roteiro perspicaz e inteligente, simultaneamente irônico e melancólico. A contribuição pontual do elenco (desde Clooney até a pequena ponta do sempre ótimo J.K. Simmons) também foi fundamental para que “Amor sem Escalas” se tornasse um filme notável dessa temporada.
AVATAR
ELTON: Todos sabem que o forte de James Cameron não reside em criar grandes histórias. Embora contenha um roteiro seja fraquíssimo, “Avatar” e seu realizador merecem aplausos pela incrível concepção de um novo mundo, além de trazer efeitos especiais magníficos e a revolução do formato 3D. No entanto, devem avisar Cameron de que adotar um visual deslumbrante não é suficiente para ofuscar um plot preguiçoso e que transborda clichés.
MAURÍCIO: Após longos 12 anos afastado das câmeras, James Cameron volta em grande estilo em “Avatar”. O filme é um primor visual e sua parte técnica é impecável (som, direção de arte , fotografia e, principalmente, os inovadores efeitos visuais). Cameron entrega uma excelente direção, contudo fica devendo em seu roteiro fraco e abarrotado de clichês. Enfim, é um grande filme, um blockbuster de qualidade e mereceu o reconhecimento que teve.
BASTARDOS INGLÓRIOS
ELTON: O meu favorito da noite, embora tenha consciência que seus prêmios sejam limitados. Mais uma obra ousada e fantástica que brotou da mente fértil e criativa de um dos maiores diretores norte-americanos: Quentin Tarantino. Direção certeira, somado com um roteiro digno de cenas e diálogos memoráveis, e ainda amparado por um elenco homogeneamente eficiente, com destaque para o austríaco Christoph Waltz. Não há dúvidas: that’s a bingo!
PAULO: Mais uma grande obra do genial Quentin Tarantino, que sempre soube fazer o seu tão amado cinema de referências como poucos, e dessa vez resolveu (a palavra) tudo que já havia sido dito e visto sobre nazistas e a 2° Guerra Mundial. Resultado dessa audácia, é um filme sarcástico, mordaz, ambicioso, que só o Taranta mesmo para entregar dessa forma. Como ele próprio fez questão de autoproclamar, talvez seja essa sua obra-prima, isso só o tempo dirá. Por hora, ficam as suas 8 indicações ao Oscar, onde corre por fora; e pode colocar água no chopp de muita gente. Particularmente, o meu favorito.
MAURÍCIO: O longa de Quentin Tarantino, sem dúvida, é um dos melhores do ano. O diretor continua inspiradíssimo e nos entrega um ótimo filme. O roteiro e a direção são excelentes e sem falar na maravilhosa atuação do até então desconhecido, Christoph Waltz. O filme não tem a genialidade de “Pulp Ficiton” ou “Kill Bill” e definitivamente não é sua melhor obra, contudo não deixa de ser um fiel Tarantino.
DISTRITO 9
ELTON: Talvez “Distrito 9” tenha sido a melhor surpresa nos cinemas em 2009. Digo isso porque se trata de uma ficção cientifica (convenhamos, gênero pouco explorado), comando por um diretor estreante, com produção sul-africana e elenco desconhecido. O máximo que sabíamos era o envolvimento de Peter Jackson como produtor do filme. Resultado: sucesso-instantâneo de bilheterias e conquista quase absoluta da crítica. Ótima história com fundo moral, o filme é roteirizado e dirigido com maestria.
MAURÍCIO: “Distrito 9” foi, pra mim, a grande surpresa de 2009 e tem um dos melhores roteiro originais dessa safra. O filme ganha méritos devido a direção de Neill Blomkamp, que adota um estilo documental no seu início e um mais frenético no final. Destaque também para os excelentes efeitos visuais e maquiagem. É um grande filme e, sem dúvida, sua vaga entre os 10 melhores do ano é válida!
EDUCAÇÃO
ELTON: Um pequeno filme britânico agridoce, “Educação” é contemplado pela atuação dedicada e cativante da atriz Carey Mulligan, em seu maior papel no cinema até então. Ainda concentrado em um elenco secundário excepcional – que inclui Alfred Molina e Peter Saarsgard – cada personagem tem um momento único no ótimo roteiro escrito pelo talentoso Nick Hornby. É um filme agradável sobre rito de passagem e autodescoberta.
GUERRA AO TERROR
ELTON: Passado despercebido no Festival de Berlim em 2008 e relegado a ser lançado diretamente em DVD no Brasil, o excelente “Guerra ao Terror” conquistou a crítica norte-americana e chega com fôlego ao Oscar deste ano. Filme perfeitamente articulado, com um roteiro coeso e críticas implícitas, Kathryn Bigelow faz milagres na condução deste filme, num trabalho soberbo e digno de reconhecimento. É o favorito e tem o meu apoio.
MAURÍCIO: Uma pena que “Guerra ao Terror” não tenha sido distribuído nos cinemas como deveria, lançado em total anonimato direto nas locadoras. Esse fantástico filme, dirigido por Kathryn Bigelow (que entrega uma direção inspirada), conquistou a crítica mundial e com razão. Concordo com todas suas indicações ao Oscar, exceto na categoria trilha sonora; tem tudo para ser o grande vencedor da noite e, caso isso ocorra, será muito merecido!
UM HOMEM SÉRIO
Nenhum dos três assistimos ao filme dos Coen. Infelizmente...
PRECIOSA – UMA HISTÓRIA DE ESPERANÇA (Crítica do filme aqui.)
ELTON: Se antes acreditava que iria ser um filminho maniqueísta de superação, “Preciosa – Uma História de Esperança” surpreende por ser um filme firme e com os dois pés na realidade. No entanto, se enfraquece pela direção exagerada de Lee Daniels, mas, como compensação, entrega duas atuações sensacionais das atrizes Gabourey Sidibe e da comediante (nada engraçada no filme) Mo’Nique.
PAULO: Um filme incômodo, de sentimentos brutos, verdades cortantes. Conduzindo com segurança por Lee Daniels, que, com sua câmera, vai fundo nas abordagens, mas sem nunca flertar com o drama barato. E acima de tudo, um filme de grandes atuações, que transbordam fúria, dor e desesperança em tela. Uma obra humana, que teve sua indicação mais que justa, embora as chances de levar a estatueta sejam remotas.
UM SONHO POSSÍVEL (Crítica do filme aqui)
ELTON: Se até agora a lista dos 10 indicados estavam com filmes acima da média, eis que aparece o patinho feio da lista. “Um Sonho Possível” é o típico telefilme edificante, que não se sente culpado em ofender o espectador por mastigar demasiadamente a história que conta e torturá-los tamanha quantidade de clichés. Uma piada (de muito mau gosto) a inclusão desse filme entre os 10. Opa, eu disse “torturá-los”? Esqueci que o filme arrecadou mais de 200 milhões só nos Estados Unidos... então, está tudo bem.
PAULO: O maniqueísmo levado às telas, permeado pela superficialidade e forçação de barra, que ofende o bom senso do mínimo apreciador do cinema de qualidade. Dirigido por um John Lee Hancock, que é puro oportunismo e clichê, e com uma Sandra Bullock, que apesar de correta, não entrega nada de relevante. Um filme pelo qual a Academia deveria se envergonhar eternamente de ter agraciado com uma indicação.
UP – ALTAS AVENTURAS
ELTON: Mais uma vez, os Estúdios Pixar comprova seu talento e sofisticação ao apresentar essa animação que mescla melancolia e doçura com perfeição. Contando com uma trilha sonora grandiosa composta pelo talentoso Michael Giacchino (favorito ao Oscar), “Up – Altas Aventuras” é um filme que apresenta várias nuances, assim, sendo capaz de agradar desde crianças a adultos. E coloca no chinelo muitos filmes de live action que também foram lembrados na categoria principal desta edição.
PAULO: “Up” não traz o mesmo grau de excelência que as produções anteriores da Pixar. Entretanto, não significa que se trata de uma animação ruim. O filme garante um agradável clima de nostalgia e melancolia no ar, trazendo mais uma daquelas belas mensagens que a Pixar tanto valorizam em suas produções, tornando-se um filme muito gostoso de apreciar. Conseguiu a tão sonhanda vaga na categoria principal do Oscar, porém deve se contentar mesmo com o prêmio de sua categoria específica.
MAURÍCIO: O filme da Pixar conseguiu a proeza de ser indicado nas categorias Melhor Filme e Melhor Animação, pena que não merecidamente naquela. “Up” tem seus méritos e quando falo isso me refiro aos seus 30 minutos iniciais que são de uma genialidade ímpar. Entretanto, o longa despenca em sua metade final e acaba se transformando numa aventura besta. Vale lembrar sua trilha sonora, que é o grande trunfo do filme, assumindo um papel importantíssimo, principalmente, no início da história.
Um comentário:
Assisti 9 dos indicados e tirando Precious,acho todos ótimos.Minha torcida era pra Bastardos mas ver um filme como Guerra ao Terror ganhar não me deixa nem um pouco triste
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