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19 de fev. de 2010

Imagem da Semana - Annie Hall


O ano era 1964. O ator Warren Beatty e o produtor Charles Feldman estavam à procura de um comediante afiado para escrever o roteiro de um filme que ambos estavam desenvolvendo, intitulado “O Que é Que Há, Gatinha?”. Foram a um clube chamado Bitter End, onde haveria um show de stand-up de um piadista famoso em Nova York chamado Woody Allen. O comediante aceitou a proposta e foi assim que nasceu um dos mais célebres diretores e roteiristas de Hollywood. Até hoje, foram 40 filmes dirigidos (sem contar trabalhos na TV americana) e mais de 50 roteiros escritos. Não há um consenso geral sobre qual o melhor trabalho de Woody Allen, mas acredito que seja quase unânime o reconhecimento de “Annie Hall” como o filme mais badalado da sua extensa filmografia.

Realizado em 1977, “Annie Hall” traz Woody Allen e Diane Keaton (namorados na época) como um casal apaixonado em crise. Basicamente, é isso. O forte de Woody Allen reside nos diálogos inteligentes, engraçados e sarcásticos, sem falar na criação de personagens inicialmente misteriosos, que o espectador passa a se familiarizar e conhecer lentamente no decorrer do filme. É um caso de empatia e compreensão. Ou o oposto. Eu sempre digo que os filmes do Woody Allen são presentes para os atores porque seus personagens são conduzidos e desenvolvidos com fidelidade e dedicação. Em “Annie Hall”, por exemplo, compreendemos perfeitamente os motivos que levaram a personagem-título a fazer o que fez (sem spoilers, por favor), assim como o personagem de Allen em estar cegamente apaixonado por ela. Na cena escolhida, acompanhamos um diálogo de apresentação do casal na varanda da casa de Keaton, mas são inclusas legendas enquanto eles falam que representam o que cada personagem está pensando naquele exato momento. Enquanto conversam sobre artes plásticas, por exemplo, um deles fica imaginando como seria o corpo do outro se estivessem nus. Dentre várias cenas clássicas do filme (como a do cinema ou Keaton cantando e encantando “Seems Like Old Times”), acredito que essa mostra a essência de Woody Allen: humor inteligente e original.

“Annie Hall” – mais um exemplar que entra para o hall de traduções estúpidas no Brasil – é um filme agridoce, engraçado e, por vezes, melancólico. Uma obra-prima imperdível e obrigatória.

16 comentários:

Cristiano Contreiras disse...

Um belo clássico e um dos melhores de Woody Allen.

Jenson J, disse...

Clássica, não?

Francisco Brito disse...

Pena de Diane Keaton: virou uma velha louca que só tem feito uma porcaria atrás da outra.

Paulo Alt disse...

Oi Elton,
parabéns pelo teu blog rapaz
acho q nunca vim parar aqui e tava dando uma olhada em tudo

já li muito sobre ele em um dos blogs parceiros e aprendi a gostar e conhecer woody allen por amigos. era um diretor que até então eu não tinha muito grau de conhecimento. pra te dizer a verdade ainda acho q não tenho pq não vi mtos, como esse que vc colocou, só li.

mas seu post tá ótimo, não tá cansativo nem nada. ele flui.

bom, qnto ao filme do pattinson, eu costumo dizer q o que coloco no meu blog passa longe de ser a verdade absoluta haha... bom, ter um blog eh meio caótico, deve saber, mas é um tanto do que eu pensei e senti. só a minha opinião. e por ela vale assistir.

ahh.. vi o valsa com bashir na ilustração do seu banner... tenho mta curiosidade pra ver esse.

abraço!
e valeu pela pela visita!

BRENNO BEZERRA disse...

Woody Allen é mestre.

Elton Telles disse...

Francisco, essa frase é um pouco familiar rs. Keaton realmente merece orientação em sua carreira, é um grande desperdício de talento vê-la em embaraços como essas comediazinhas românticas fundo de quintal. Triste!


Olá, Paulo!
Primeiramente, muito obrigado pelo seu comentário. Fico feliz que tenha aprovado o material. Tanto Woody Allen quanto a animação "Valsa com Bashir" merecem ser vistos.
A porta do blog estará sempre aberta :~)


Cristiano, Jack e Brenno [2]


ABS!

Kamila disse...

Adoro o filme. Acho sensacional e conseguiu a proeza de ser uma das poucas comédias a vencer o Oscar de Melhor Filme.

Fernando disse...

Todo mundo fala deste filme e dá raiva em dizer que não assisti porque vem imediatamente a pergunta: - "O que??? Você não viu Annie Hall???" e eu sempre respondendo não, mas quero ver muito em breve... me chama a atenção filmes com diálogos inteligentes e este parece ser um ótimo exemplar.

Elton Telles disse...

Bem lembrado, Kamila.

Fernando, assista mesmo. É um grande filme, um dos melhores de Allen =)


ABS!

Paulo Soares disse...

Simplismente AMO Annie Hall!

Reinaldo Glioche disse...

Belo recorte Elton. Woody Allen em um de seus melhores momentos. Gostei precisamente da forma como vc sitou a obra. Parabéns pelo belo e oportuno arranjo.
ABS

Elton Telles disse...

Paulo, somos 2, meu amigo! =)


Olá Reinaldo!
poxa, valeu mesmo! Woody Allen merece muito mais.


ABS!

Roberto Simões disse...

Brilhante. Dotado de um argumento assaz estimulante que explora, com profundo sentido satírico, as relações amorosas, Annie Hall consegue ser muito mais do que um pedaço de boa escrita. É um grande exercício de representação.

4/5

Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema

Rui Francisco Pereira disse...

Já comeceu a ver, mas não me nutri muita curiosidade.

Parabéns pelo blog, convido-te a visitares o meu!

Cumps

Elton Telles disse...

Olá Roberto,
valeu pela visita!
[2] em tudo o que disse. Só discordo da nota. Pra mim, é a máxima =)


Oi Jackie Browm,
dê mais uma chance ao filme. Valerá a pena.


ABS!

Cristiane Costa disse...

Oi Elton,
Mais uma vez adorei o seu recorte na resenha. Você extraiu a essência de Woody Allen de uma forma objetiva sem deixar de evocar esse "sentimento emocional" de reconhecimento a obra do mestre.

Confesso que, inicialmente, quando ainda estava engatinhando no cinema, eu era resistente a filmes de Woody Allen, mas após assistir esse, apaixonei-me como a forma realista que ele expõe os relacionamentos. É bem humorado mas também mostra essa melancolia das relações.

Abs!