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4 de jun. de 2010

Imagem da Semana - Velvet Goldmine (1998)


Em meados dos anos 70, a Inglaterra se viu pequena diante da popularização do Glam Rock. Trata-se de um estilo musical, cuja tendência era baseada na libertação e revolução sexual, e que teve grande repercussão e impacto entre os jovens ingleses da época. O período é conhecido, principalmente, pelo figurino extravagante adotado pelas pessoas como uma espécie de identificação e impressão da própria personalidade, recheado de cílios postiços, cabelos coloridos, purpurina, boás, saltos altos, maquiagem pesada, roupas cintilantes etc. Muitos afirmam que o Glam Rock (ou Glitter Rock) foi uma resposta ousada e provocadora ao Progressive Rock, que se “levava a sério demais”.


Confesso que não tenho conhecimento abrangente sobre o movimento para firmar uma posição definitiva a respeito, pois conheço apenas o básico desse estilo, como os geniais David Bowie e Iggy Pop. Posteriormente, como tudo nessa vida, o Glam Rock ganhou novas definições e se tornou banalizado, dando espaço mais para o visual de bandas grotescas do que efetivamente “conteúdo”. Enfim, a intuição dessa postagem não é nem de longe divagar sobre o caminho percorrido por esse massacrado estilo musical, mas comentar sucintamente sobre “Velvet Goldmine” (1998), filme dirigido pelo magistral Todd Haynes, e que faz uma (literalmente) brilhante reconstituição de época dessa eufórica e inovadora fase da História do Rock.


Na imagem, vemos os atores Ewan McGregor e Jonathan Rhys-Meyers como grandes estrelas dessa geração. Com criatividade pulsante, recheado de cenas simbólicas e icônicas, “Velvet Goldmine” ainda é beneficiado com a direção elegante e inteligente de Todd Haynes, grande nome do cinema independente, que oferece um exercício estilístico fantástico sem excluir o primor narrativo – de que adianta o visual ser chamativo, se o conteúdo não vale nada? Foi isso que o Glam Rock se tornou na medida em que fora avançando. O filme lida com novas tendências, repressão paterna, busca pela própria identidade, aceitação na sociedade, dentre outros temas relevantes a serem discutidos. Porém, sem querer se portar político ou didático, “Velvet Goldmine” polemiza essas questões controversas e as abordam com irreverência e ironia latente, que são qualidades omissas no comportado cinema norte-americano de hoje.

7 comentários:

Clenio disse...

Adoro "Velvet goldmine", a cada vez que revejo eu gosto mais e mais. Elenco perfeito, trilha sonora incrível e um figurino inacreditável.

Grande filme e grande abraço.
Estou te seguindo

Clênio
www.lennysmind.blogspot.com
www.clenio-umfilmepordia.blogspot.com

Alan Raspante disse...

Não conhecia este filme, e sinceramente não sei nada sobre 'Glam Rock', ou seja, seria bem bacana ver este filme!
Abs..

bruno knott disse...

Eis um filme que já ouvi falar, mas nunca tive vontade de assistir.

Não sabia nem o assunto que ele abordava e agora tenho interesse!

A trilha sonora do filme é boa?

Abs!

Fernando disse...

Pra quem gosta de música, independente do estilo, parece ser um prato feito. Fiquei interessado por ver.

ABS!

Wally disse...

Tenho uma grande falta com este filme!

Reinaldo Glioche disse...

Um destaque digno do Pós.Première! Esse é um grande filme e cujo significado vc transmitiu maravilhosamente em seu texto Elton. Todd Haynes é um cineasta investigador. E aqui está mais um de seus grandes trabalhos.
abs

Cristiane Costa disse...

Oi Elton,

Não assisti ainda este filme, mas mediante seu brilhante texto, tenho que investiga-lo. Quando citaste
Ewan McGregor e Jonathan Rhys-Meyers, nem acreditei porque eles estão irreconhecíveis, rsrs...

A propósito, amo Iggy Pop... Um das minhas caçnões é candy candy haha... glam pop total.

abs!