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12 de jun. de 2010

Cinelista: Os 10 Piores Casais do Cinema

Hoje é Dia dos Namorados. Todos os casais vão se programar para sair de casa, ir a algum barzinho, restaurante, motel, cinema, presentear a pessoa amada...Enfim, os proprietários de estabelecimentos são os que mais vibram com a data comercial e pouco significativa. Originalmente, eu pensava em fazer um Cinelista com os melhores casais do cinema para celebrar a data tão especial para muitos, mas a solidariedade com os leitores encalhados falou mais alto. Afinal, por que não fazer uma lista com os piores casais do cinema a fim de esclarecer (ou reforçar) que é muito melhor estar sozinho do que mal acompanhado?

Ignorem Tom Jobim, ele não sabe o que dizia!

Abaixo, segue uma lista, como sempre, inteiramente pessoal dos casais mais toscos do cinema. Assim como no Cinelista anterior e todos os demais que virão, eu estabeleço algumas limitações para ajudar na formulação do ranking. Aqui vão as considerações:

1 – O filme não precisa ser necessariamente de romance, mas o casal deve ter algum laço afetivo e ter tempo suficiente em cena para que possa ser introduzido na listagem. Se não fosse por isso, Sylvester Stallone e Sharon Stone estariam quase no topo da lista pela defecação que foi “O Especialista” (1994). Eles conversam por telefone durante o filme inteiro e só se encontram efetivamente no final do filme, protagonizando aquela infame cena do chuveiro... como esquecer?

2 – Alguns fatores que foram contados para a criação da lista: falta de química entre os atores, dimensão do bizarro, tédio alarmante, cenas inesquecivelmente toscas e hilárias, polemicidades por opção e conteúdo absurdo. Ah, seria hipócrita se dissesse que a qualidade do filme não influenciou nessa decisão, afinal, além do péssimo trabalho dos atores, o conjunto de direção e roteiro é parte integrante para o fracasso dos casais listados abaixo em grau de escrotice:



"Ai Kevin, você me ajuda a ganhar um Oscar?"

10) Kevin Costner e Whitney Houston em “O Guarda-Costas” (1992)


A típica mulher de origem humilde que se torna uma figura arrogante após a fama e o guarda-costas reservado, mas profissional e sempre disposto a proteger sua cliente. Fruto da inexpressividade habitual de Costner e da pretensão “movie star wannabe” de Whitney Houston, nasce o 10º casal mais deprimente do cinema. Na verdade, esse casamento não é TÃO comprometedor, mas “O Guarda-Costas” é um filme tão pavoroso, tão ruim, que expõe os limitados protagonistas a cenas constrangedoras e embaraçosas. Só para citar algumas, temos uma apresentação da cantora em uma boate em que parece estar vestindo uma armadura medieval, as tentativas dela em provocar ciúmes no rapaz num hotel em Miami e a ridícula simulação da festa do Oscar, que resulta em uma das piores montagens já feitas em um filme. Sem falar naquela maldita canção “I Will Always Love You”, que toca no filme até em versão country. Como pode parecer, nada conspirava a favor de Costner e Houston. Nem eles mesmos.




"Putz, eu jurava que ele guardava a carteira no bolso esquerdo"

9) Richard Gere e Winona Ryder em “Outono em Nova York” (2000)


Com 15 minutos de projeção, eu já havia matado a charada. O tédio e desinteresse que assombra “Outono em Nova York” é resultado do roteiro previsível, mas também da falta de química e dinamismo entre os protagonistas. Richard Gere interpreta o mesmo papel de sempre: o homem grisalho, maduro, inteligente, grisalho (claro) e pegador. Porém, ele jamais imaginaria que uma mulher mudaria a sua vida e maneira de ver o mundo (olha só!). Entra na história Winona Ryder, uma estilista de 22 anos, irritantemente infantil, sorridente e que pouco sabe articular uma frase com sujeito e predicado. Gere, figura inspiradora de José Mayer, havia namorado a mãe já falecida da garota na juventude. Talvez por perceber que o casal é como azeite e água, o roteirista, desesperado em encontrar uma solução para abalar o emocional do público feminino, num lapso de originalidade, resolve adicionar uma doença terminal na vida da pobre garota. O Richard Gere te dá um Grecin 5 se você, leitor, adivinhar o final do filme.



Alinhar ao centro

"Porque revolução comunista sem romance foge dos padrões Rede Globo"


8) Caco Ciocler e Camila Morgado em “Olga” (2004)


Esse casal – e todos os demais personagens do filme – é uma ofensa a grandes figuras da história brasileira. Caco Ciocler interpreta o revolucionário Luiz Carlos Prestes como um sujeito medíocre, tanga-frouxa e sem autoridade. Ao passo que Camila Morgado “encarna” a judia alemã Olga Benario como uma mulher fria, mal humorada e extremamente antipática. Por transformar mártires da política nacional em figuras minimamente repulsivas, além de atuarem como se fossem marionetes ambulantes, o péssimo casal de “Olga” merece figurar na listagem. A falta de entrosamento entre esses personagens é facilmente perceptível; absolutamente tudo nesse filme é em ritmo pausado, inclusive as falas esquemáticas e clichés dos personagens. O nascimento do romance entre Olga e Prestes é ridículo, mas não chega ao ponto do amadorismo e distância provocada pelas vergonhosas cenas de sexo. Se não fosse por elas, a camarada Olga Benario não ficaria GRÁVIDA, GRÁVIDA DE LUIZ CARLOS PRESTES! Se o filme tivesse sido produzido naquela época, com certeza sessões sem intervalos do filme seria adotado como um método de tortura aos subversivos.



"Poxa guri, isso é urina ou ejaculação precoce?"


7) Xuxa Meneghel e o garoto Marcelo Ribeiro em “Amor, Estranho Amor” (1982)


Tudo começou com um “vem cá, guri. Olha só como sou moça macia”. Pronto: estava armada uma das maiores marmeladas do cinema brasileiro. Digo isso tanto pela desprezível cena erótica protagonizada pela futura rainha dos baixinhos com um garoto de 12 anos, mas também pelo fim injusto que teve esse episódio. No início da década de 1990, quando já havia conquistado a fama como apresentadora infantil, Xuxa Meneghel entrou na justiça para apreender cópias e exemplares de “Amor, Estranho Amor”, e conseguiu permissão judicial para determinar a censura eterna do filme de Walter Hugo Khouri. Motivo óbvio: não sujar seu status como rainha dos baixinhos. O pouco tempo em que Xuxa e o “guri” se esfregam na cama antes da rapariga levar uns tapas da mãe do garoto, que os flagra, já é motivo suficiente para incluí-los no ranking. O ator Marcelo Ribeiro, hoje, aos 40 anos, é ator de filmes pornográficos e em seu próximo projeto, dividirá a cena com a atriz Regininha Poltergeist. Medo!


Ford: "O que é aquilo?" Heche: "Acho que é a nossa carreira desmoronando"


6) Harrison Ford e Anne Heche em “Seis Dias, Sete Noites” (1998)


O filme conta a história de uma jornalista que está passando as férias em uma ilha com o noivo, mas ela deve se dirigir a outro local para fazer uma reportagem para a revista a qual trabalha. Ela vai de táxi aéreo. O avião cai em uma ilha deserta e ela e o piloto passa a se odiar; mas enquanto esperam a equipe de resgate, se descobrem perdidamente apaixonados um pelo o outro. Boring! A falta de sintonia entre Ford e Heche é gritante. Profundamente incomodados no papel e sem estabelecer uma faísca entre o relacionamento que tentar desenvolver, formam o 6º casal mais desclassificado do cinema. As tentativas frustradas do roteiro pedestre de querer convencer o espectador de que o casal foi feito um para o outro, apesar das diferenças de valores e princípios, são terrivelmente forçadas. Ford posa de sexagenário galanteador, enquanto Anne Heche, crente que é gostosa, não passa de um macarrão sem molho irritante, com voz aguda e que extrapola na futilidade. As briguinhas constantes acompanhadas por dialogozinhos tontos é de uma bobagem extrema. Tom Hanks em “Náufrago” estava bem melhor acompanhado...



"Robin, você bat uma?"


5) George Clooney e Chris O’Donnell em “Batman e Robin” (1997)


Ah, não sejam tão ingênuos!




"O amor é uma dor"

4) Martin Hewitt e Brooke Shields em “Amor Sem Fim” (1981)


Tenso! “Amor Sem Fim” é um dos filmes mais grotescos e que traz um dos casais mais chatos e aborrecidos que já presenciei. Martelando a ideia de que os protagonistas se amam cegamente, quando, na verdade, são adolescentes vazios, sem perspectivas e que só pensam em fornicação, o conceito do amor é completamente deturpado por esse filme cretino – e é assustador ver o competente Franco Zeffirelli a frente de uma bizarrice como essa. É enjoativo ver as constantes declarações de amor entre Martin Hewitt e Brooke Shields durante o filme (“Se o seu pai me vir aqui, ele me mata / Então morremos juntos/ Eu te amo/ Eu também te amo). A única explicação para que as performances eróticas fossem incluídas na trama era para causar polêmica, já que jovens de 15 e 17 anos transando não era uma imagem tão comum no cinema norte-americano – enquanto Louis Malle já filmava, na França, incesto entre mãe e filho. No fim das contas, é um filme que se leva a sério demais, mas é tão constrangedor quanto seu casal protagonista.



"Vamos mostrar esse filme para os nossos filhos quando ficarmos bem velhinhos"


3) Ben Affleck e Jennifer Lopez em “Contato de Risco” (2003)

Os “Bennifer” forma, em widescreen, um dos casais mais medonhos em um dos filmes mais insuportáveis dos últimos anos. “Contato de Risco”, pra começar, não sabe em que gênero investir. E quando tenta definir um foco, logo é alterado e acaba não sendo satisfatório em nenhuma dessas alternativas frustradas. O mesmo pode ser aplicado ao casal protagonista igualmente ridículo. Afinal, o que esperar de um “romance” entre um criminoso retardado e fracassado e uma mafiosa lésbica? E as cenas são hilárias! Como se esquecer de Jennifer Lopez fazendo exercícios de ioga enquanto compara a boca feminina com a vagina, ou o teste das unhas que ela faz no rapaz para descobrir se ele é ou não um homossexual, o bombardeio de diálogos tolos “filosóficos” e a estúpida cena na estrada em que praticamente se declaram um ao outro. Fato é que “Contato de Risco” é um atentado à inteligência humana e parte fundamental dessa tragédia é o 3º casal mais absurdamente chato e nonsense do cinema.




"John, como é o nome daquele clube de striptease que você me disse outro dia?"

2) John Travolta e Lily Tomlin em “A Cada Momento” (1978)


Precisa mesmo dizer alguma coisa? Visualizem: John Travolta de sunga, comendo frango frito na praia sob um sol escaldante e passando a lábia na Lily Tomlin, uma milionária arrogante, frígida e indiferente. OK, mais uma: em um ofurô, o rapaz jovem e desocupado declara seu amor à Tomlin, que não corresponde com as mesmas palavras e ele passa a se sentir um “nada”, um “homem sem valor”, enquanto a mulher explica que não queria magoá-lo, mas também não queria mentir para si mesma e blábláblá... Pra começar, o casal é um lixo! Lily Tomlin é uma grande atriz, John Travolta tem os seus (raros) bons momentos, mas juntos é pedir demais. Ambos haviam feito grande sucesso naquela época – Travolta havia acabado de estrelar “Os Embalos de Sábado à Noite” e a atriz havia sido indicada ao Oscar por “Nashville” – e resolveram estrelar esse romance hediondo e bizarro. O filme foi um fracasso monumental de público e crítica e a carreira dos dois foi gradativamente pro ralo, mas acabaram se reerguendo depois de um tempo. O filme considerado maldito nunca foi lançado sob nenhuma plataforma nos Estados Unidos tamanha afronta ao bom senso.




"O melhor de comer Doritos é chupar os dedos no final"

1) Madonna e Sean Penn, Willem Dafoe, Rupert Everett, Adriano Gianini...


E por falar em bom senso, essa é uma qualidade praticamente ausente em Madonna quando se aventura no cinema. Vamos por partes. Em “Surpresa de Shanghai” (1986), a cantora pop interpreta uma jovem missionária (precisa continuar?) que pretende encontrar um esconderijo de ópio em uma Shanghai ocupada pelos japoneses a fim de produzir medicamentos para pessoas necessitadas. Lá, ela conhece o personagem do Sean Penn, um comerciante canastrão que também está atrás do ópio, mas por interesse pessoal. E cenas pavorosas de ação, aventura e suspende cercam a vida do casal, que é finalizado com um grande beijo em fade out. Junto a isso as atuações “brilhantes” de Penn e da cantora pop. Próximo: “Corpo em Evidência” é um dos filmes mais risíveis de tribunal, que traz Madonna sendo processada pelo Estado por ter matado um idoso de tanto fazer sexo com ele (!). Seu advogado, Willem Dafoe, acaba cedendo aos “encantos” da cliente, que é adepta ao sadomasoquismo. E daí já viu: masturbação no elevador lotado, sexo em cima de cacos de vidros, parafina quente da vela em contato com o corpo... tudo para satisfazer o prazer dos dois e o tédio do espectador. “Sobrou pra Você” traz Rupert Everett como o amigo gay de Madonna, mas que eles acabam ficando juntos, em uma comédia romântica das mais retardadas. Por fim, o italiano Adriano Gianini e Madonna ficam perdidos em uma ilha no infortunado “Destino Insólito”. Ela interpreta uma ricaça que o maltratava anteriormente, mas agora, sozinhos, era o momento de ele retribuir todos os descasos da loira, fazendo dela sua escrava pessoal (e sexual). Ninguém imaginava que dali fosse surgir um grande amor genuíno... Precisaria de um texto à parte para descrever a miscelânea de podreiras que tem nesses 4 filmes. Fato é que mais do que os atores que dividem cena com Madonna, o pior casal que pode existir no cinema é a cantora pop com uma câmera 35 mm.

11 comentários:

Francisco Brito disse...

"EU ESTOU GRÁVIDA

(respira)




DE LUIZ CARLOS PRESTES


(pausa dramática)




E QUERO TER MEU FILHO NO BRASIL"

Huhauahauhauahauahauha!Lista genial!Rachei de rir aqui!

Maurício Cunha disse...

Ótimo texto e lista, Tom.

Reinaldo Glioche disse...

Sensacional! "Ignorem Tom Jobim, ele não sabia o que dizia!" rsrs.

A lista é ótima. Indiscutível! As legendas, um deleite! E Madonna não podia ficar sem o pódio. You´re the man!

E Batman e robin foi (e a legendinha) formam o melhor momento dessa genial lista!

Parabéns pelo espirito esportivo!

Abs

Alan Raspante disse...

Até hoje não assisti 'O Guarda-Costas' e nem perderei o meu tempo.
Outono em Nova York, é ridiculo e risível. Richard interpreta ele mesmo, e eu tinha vontade de bater em Winona, menina retardada demais!
Vc acredita que eu cheguei alugar OLGA, mas não assisti, pois é, dinheiro a toa! =(
Queria ver esse 'Amor, Estranho Amor', pra matar a curiosidade, mas pensando bem, gastar tempo com isso não vale a pena!
Sabádo passado eu estava de cama, muito mal, e fiquei na cama vendo TV, até que começa filme na Globo, é justo esse "Seis Dias, Sete Noites"Ok. como estava ruim, eu assisti. Mas, uma coisa é certa, foi o pior filme da minha vida, ruim demais, Harisson foi uma mistura de Clooney com Mayer pendendo para um mendigo e ainda juntou aquela loira 'tábua' nada a ver com ele, filme fracasso!
Batman e Robin, nada a declarar, o nome diz tudo!
Agora tenho que falar, adorei o primeiro lugar, não sou muito fã da Madonna e nunca vi um filme dela, mas imagino a tosqueira que deve ser, ele deve ser a 'Xuxa Americana'..
ASHASAGSYAGSGYA
Enfim Elton, ótima lista, muito bem feita e ri demais com seu comentário em cada filme!
Abs.

Cristiano Contreiras disse...

Tenho que deixar aqui claro: é gratificante ler seus textos, mas sua fase solo aqui neste blog prova o quão criativo e talentoso você é, Tom!

HAUAHAUHUA! Show de bola a forma como estruturou este post, o cuidado com os textos, a ironia, o humor leve, a argumentação.

Boa lista, rs

Mas, ah, discordo do Amor sem fim - este marcou um momento de meus 11 anos de idade, rs...confesso que ainda gosto do filme, rs!

Mas, muito bom mesmo as legendas, rs!


Você é fantástico, garoto! rs

Longa vida ao Pós Premiêre!

Anônimo disse...

hahaha a justificativa para Batman e Robin é sucinta e suficiente...

Gostei dos textos! Toques irônicos e um pouco de humor.

Posso te linkar no meu blog?

Abs!

Mayara Bastos disse...

Òtima lista e rachei de rir com muitas menções a Madonna. rsrsrsrs. ;)

Paulo Soares disse...

Uma tragédia atrás da outra! Deus que me livre!

Só você mesmo para elaborar uma lista dessas Friendo.

E vlw ai pela piedade....hahahaha

Cássio Bezerra disse...

Simplesmente hilário!

Karen Faccin disse...

CHOOOOOOOOREI!

Adorei o texto!
Pra ficar melhor só você lendo pra mim *-*

Só pra inflar seu ego, ou não, rs,
você não é um gurizão, um crimonoso, grisalho ou comunista, mas é de loooonge melhor namorado que qualquer um dessa lista :D

Cristiane Costa disse...

BRAVo, Elton.

Um negro senso de humor que ILUMINA nossas mentes. REalmente sua lista é muito boa e pavorosa, tudo para o bem da humanidade.

Parabéns... adorei sua criatividade

abs!